segunda-feira, 21 de março de 2011

Voar no gelo


quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Tango




Vem!...
Quero dançar!...
Nem um tango
Consigo marcar,
Os pés não deslizam,
Os olhos já nem visualizam,
A respiração, nem sei controlar!
Vem devagar!...
Ofusca-me o ar...
Faz-me sentir o medo
De te poder pisar
Numa aragem de vento
Com o peito a colar
O folgo a soltar
E os lábios a cremar

Numa reviravolta
Não dar...

Por tempo passar
E o mundo acabar.

Cristina Moita

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Sorriso da boca até ao nariz


Sabes, quando as crianças
pregam uma partida e,
se escondem num sorriso
da boca até ao nariz?
Hoje sinto-me assim!
Meio criança, meio feliz.
Apetecia-me trocar-te
O Champô por Ketchup
E, por segundos, imaginar
O teu ar infeliz…
Já cheia de adrenalina,
Esconder-me dentro do armário
Com medo daquilo que fiz,
Para comer o teu sorriso
…cheio de mostarda no nariz
Com o brilho de um olhar feliz


Não havia ketchup,
Fica o poema!


Cristina

domingo, 22 de agosto de 2010

Um amigo que partiu


Um amigo que partiu
É, um pássaro livre
Na beira de um rio.
É, um anjo que nos vê
E chora com a gente,
Nos abraça no frio.
Um amigo que se viu,
Soa na alma das nossas gargalhadas,
De um amigo que se sentiu.
Soa na memória marcada,
Levada na proa da nossa risada.
Não nos esquece e, por nós espera,
Sem pressa na era…
Da paz gerada
Na luz em que seguiu…

Cristina Moita

sábado, 21 de agosto de 2010

Tutano

Este poema, não tem boca!
Não tem olhos!
Nem nariz,
Só tem osso!
Muito tutano...
Numa alma veles que o quis
Poema que não tem boca
Não tem voz,
Só seu cariz!
Quer chegar a quem o sente,
No molde
De se sentir feliz.

Cristina Moita

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Porque me escrevo?


Eu não sou assimetria,
Nem um desenho geométrico
Que um maluco qualquer queria,
Sou uma alma apaixonada,
Mágoa e nostalgia.
Sou aquilo que me querem
mais aquilo que não via.
Não sou nada!...
…Sou noite e, sou dia…
Queria ir a todo o lado, danço em fantasia,
Pois o tempo é um quadro,
E eu pincel que procria
Mas, quando à noite se faz tarde,
Por onde foge a alegria
Essa ruga que me aguarde…
Que eu sou creme que amacia.

Cristina Moita

terça-feira, 17 de agosto de 2010

O Sol e a Lua


Ela passa ao lado,
distante e na sua
Ele a fixa
nos olhos,
No sol que destapa
Ela já é sua…
Fica assanhado
Já a vê nua…

Está alucinado
Procura nos olhos
Um tanto corado
A sorte é sua

Nas mãos que agita
Lhe toca
Vem o vento da lua
Sopra na saia
Arrepiou na nuca
Ela corre assustada
Vai desvairada
Com medo da lua

Ele fica zangado
Um tanto amuado
Já ficou preso…
Entre o sol e a lua

Cristina Moita