Ouvi o teu carpido
Que não me zumbiste ao ouvido
Trazia o barulho da água
No gosto de ter bebido
Trazia os olhos já baços
Do sal que batia no vidro
Esses olhares eram traços
Por mim já bem conhecidos
Se o sonho é água que corre
Sou sempre vinho desconhecido
Vazei da garrafa que escorre
Virei papel pardo no vidro
Se um dia acordares na praia
E o sol estalar o vidro
Sou o papel velho encharcado
Dizendo amo-te ao ouvido
Cristina