
E a noite não a via
Na calçada que temia
Os pés da Maria
A telha batia
A lua chorava
O gato chamava
A floreira dormia
E na rua ao lado
A vida apressada
Não parava e corria
Cafés e folias
A mãe não deixava
O pai impedia
E na noite chovia
No luar da Maria
Na rua o canteiro
Completo de encanto
Enfeitava e vertia
Água de utopia
A passarada falava
Em bandos de nada
Na roupa curada
Que a mola prendia
A sombra sentia
O xisto pedia
E a rua corava
Enquanto anoitecia
E veio uma noite
Que gato não mia
Velho banco vazio
E a lua crescia...
Já tardava no dia
No sol que descia
Alguém o tapava
Na flor que ela queria
E na rua ao lado
O cigarro ardia
A loja já tarde
Fechava vazia
Rajadas de vento
Luzeiro faminto
Ilusões na noite
Pedindo alegria
Na rua apresada
Sem tarde e sem dia
De uma levada
Levou a Maria
Cristina
Quantas Marias são levadas na sombra das pedras da calçada e das ruas sem nome...
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