Regalo o corpo Numa areia fina Deslizam castelos Nos dedos de uma menina Ao recordar esta areia Sinto um arrepio, No ventre Cercado de Maresia Numa manhã de neblina ...Vejo a Nossa Senhora Falo com o mar… Falo com a proa… (Olho o rio) Vejo partir uma canoa Debruada de filigrana fina Com o teu nome, cravado Desenhado com a minha boca Numa noite de céu estrelado Que levava a minha roupa
Os nossos corpos cruzados Nos terços das velhas Rezavam... Pedindo ao mar Nossas bocas
Fui... Mas vou voltar! A praia sempre foi o meu lugar... Sou um peixe... o meu horóscopo não tem lugar. Perco-me no brilho das águas a respirar O farol tem metáforas Cravadas no rosto De um pescador Que aguarda a sua pesca Deitando as redes ao mar Na persistência de um luar Sou pesca... Não sereia! A fada não me iria modificar... Não tenho guelras nem tentáculos Para ser polvo ou cavalo do mar Sou um peixe diferente Aquele que quiseres encontrar... Sonho, olhando as estrelas Tudo em mim é água Como uma criança a levitar Procuro a liberdade No profundo sentido da palavra A(mar)